A pedagogia sistêmica tem como base a Constelação Familiar de Bert Hellinger, e a terapeuta e professora Marianne Franke, entendendo a importância do olhar sistêmico na educação trouxe as contribuições de Bert Hellinger para a sala de aula. A pedagogia sistêmica não chega para substituir nada, ela respeita e agrega o trabalho, entende a força de cada metodologia, ela vem para uma nova postura e olhar diante da educação. Em um ambiente educacional sistêmico, o educador possibilita aos alunos gerenciar novas experiências, mostra que toda ação há uma reação, por isso a importância de agir adequadamente, respeita o sistema familiar de cada aluno, entende que cada ser não é sozinho, sabe que cada um vem para a escola trazendo todo o seu sistema familiar, sua força, que faz com que cada um aja de acordo com o seu sistema. Na escola sistêmica, cada um exerce o seu papel, ou seja, não há inversões de papeis, os professores são tão somente professores e não o pai ou a mãe dos alunos, busca o equilíbrio e respeito a hierarquia. Para muitos o “erro” é tratado com castigos, para a pedagogia sistêmica, não há “erros”, e sim possibilidades de acertos, uma nova oportunidade de experiências para o crescimento de cada um. Em um ambiente sistêmico vemos cada um sem “pena” ou dó, se assim fosse acreditaríamos que seríamos superiores, é que na verdade, ninguém é melhor ou pior que ninguém. A base de todo o trabalho é o não julgamento, respeito ao outro, um olhar de amor.”
O trabalho, ora denominado “Pedagogia Sistêmica”, originou-se a partir dos trabalhos do filósofo e professor alemão Bert Hellinger. Sua carreira como missionário católico na África do Sul durante quase 20 anos, lecionando em escolas para os zulus, durante o regime do apartheid colocaram-no em uma perspectiva ímpar para identificar questões de conflito e consciência.
Seu desenvolvimento pessoal o levou a estudar e praticar uma vasta gama de abordagens psicoterapêuticas, a saber: psicanálise, análise transacional, hipnoterapia Ericsksoniana, terapia primal, Gestalt, esculturas familiares, análise de histórias, etc. Seus trabalhos o levaram a descobrir a natureza da consciência pessoal e certas leis inconscientes que ditam o comportamento humano em grupos familiares e sociais, as quais denominou “ordens do amor”.
Mais tarde, diversos professores e pedagogos iniciaram a aplicação do método na área educacional, sendo a contribuição mais relevante feita inicialmente por Mariane Franke-Gricksh a qual escreveu um livro denominado “Você é um de nós” (publicado no Brasil pela Editora Atman – www.atmaneditora.com.br). Depois disso a abordagem se difundiu pelos países de fala espanhola, especialmente o México e a Espanha.
Introdução à Pedagogia Sistêmica CUDEC com o enfoque de Bert HellingerNo ano de 1999 aconteceu o primeiro contato entre Bert Hellinger e o CUDEC durante um workshop em Constelações Familiares em Barcelona (Espanha). No ano seguinte, em maio, Bert Hellinger trabalhou no CUDEC. Posteriormente, ainda no ano 2000, fez um workshop para a comunidade CUDEC. Em novembro de 2003, Hellinger oferece no CUDEC o primeiro workshop aplicado à educação. E finalmente, no ano seguinte, celebram o I Congresso Internacional de Pedagogia Sistêmica, que aconteceu na Cidade do México (México). Em 2006, aconteceu em Sevilha (Espanha), o II Congresso Internacional de Pedagogia Sistêmica, com a presença de 700 pessoas de vários países.
Pedagogia Sistêmica: sem raízes não há asas.
O sonho que marcou a diferença na educação.A Pedagogia Sistêmica inicia-se no ano 2000; um novo enfoque, num novo milênio que se baseia no natural da vida e nos elementos que anteriormente não tinham sido observados dentro de um sistema que está inter-relacionando-se totalmente, um com outro. Refiro-me ao sistema educativo, ao sistema familiar e ao sistema social.
Ponto de vista sistêmico-fenomenológico no ensino - Marianne FrankeComo menciona Marianne Franke Gricksch, em 2006 a transferência da visão sistêmica da terapia familiar para a docência, permite perceber as pessoas não como indivíduos isolados, mas como parte de uma estrutura inter-relacionada. Hellinger assinala que, a nível subconsciente, participamos na trama familiar e de seu destino coletivo. As constelações familiares permitem revelar o fato de que fazemos parte de uma grande alma que compreende a todos os membros da família, sujeitos a um ordem essencial. Tem-se que encontrar e respeitar tal ordem para que encontremos nosso lugar dentro da nossa família, respeitando o destino dos outros membros dessa família. O respeito e o amor à família não são um sentimento, constituem uma postura baseada em princípios que geralmente não é consciente. Nossa inclusão nessa grande alma é um senão, e nós nos encontramos sujeitos ao nosso destino familiar. Nisto se baseia o enfoque sistêmico-fenomenológico.
Marianne visitou o CUDEC pela primeira vez no ano 2002 e desde então, houve várias outras visitas, contribuindo desta maneira, com este sonho. CUDEC aprecia o ponto de vista sistêmico fenomenológico no ensino, de Marianne Franke.
A visão da Pedagogia Sistêmica é belíssima, porque vê nas atitudes disfuncionais dos alunos, somente uma mostra profunda de amor; uma lealdade incondicional ao pai, uma lealdade incondicional à mãe.
A última oportunidade que temos como pais de família, de participar de maneira poderosa e eficaz na vida de nossos filhos é na adolescência; e hoje, os filhos, os alunos, precisam muitíssimo dos adultos, precisam de uma participação afetiva e generosa, desde declarar que o processo educativo se leva a cabo, principalmente, através do trabalho dos pais; neste ponto, baseia-se a diferença.
Que se requer? Firmeza e SensibilidadeEssencialmente, como professores, precisamos tomar nossos pais em nosso coração, e daí, se abre a sensibilidade, mas junto com a sensibilidade, uma outra ferramenta fundamental, é a firmeza. Não é uma ou a outra, são as duas juntas. Amor claro e reconhecimento de limites.
O futuro da Pedagogia SistêmicaNa Pedagogia Sistêmica recuperamos a alegria por viver, e é a força que levamos a aula.
Imaginemos os professores usando o amor que lhes é comum, porém tomando a força de seus próprios pais, e daí fluindo para seus alunos; e imaginemos o amor dos pais de seus alunos fluindo através deles; isso é poderosíssimo. Toda a diferença é educar no amor, fluindo desde a ordem. Sem ordem, não flui o amor; não tem a mesma força e, portanto, o mesmo impacto; O AMOR DOS PAIS FLUINDO NOS FILHOS É A FORÇA NA EDUCAÇÃO.
As 3 Leis Sistêmicas, também conhecidas como “Ordens do Relacionamento Humano”, são: Pertencimento, Ordem e Equilíbrio
Lei do Pertencimento:
Pertencer à nossa família é uma necessidade básica. Este vínculo é um desejo mais profundo. A necessidade de pertencer a ela vai além até mesmo da nossa necessidade de sobreviver. Isto significa que estamos dispostos a sacrificar e entregar nossa vida pela necessidade de pertencer a ela.
Lei da Ordem
O ser é estruturado pelo tempo. O ser é definido pelo tempo e através dele, recebe seu posicionamento. Quem entrou antes em um sistema tem precedência sobre quem entrou depois. Sempre que acontece um desenvolvimento trágico em uma família, uma pessoa violou a hierarquia do tempo.
Lei do Equilíbrio
O que dá e o que recebe conhecem a paz se o dar e o receber forem equivalentes. Nós sentimos credores quando damos algo a alguém e devedores quando recebemos. O equilíbrio entre débito e crédito é fundamental nos relacionamentos.